Neste projeto, a Mata Atlântica e o Cerrado são resgatados através de uma técnica chamada “Floresta de Bolso”
Casa e Jardim
Por Redação Casa e Jardim
A preocupação com o meio ambiente e a sustentabilidade nunca foram tão importantes quanto nos últimos anos. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto Travessia, os brasileiros valorizam os recursos naturais e acreditam que merecem mais atenção. Essa tendência de comportamento levou diversos mercados a repensarem sua relação com a natureza.
Não foi diferente na arquitetura, na decoração, no paisagismo e na construção civil. A exemplo, neste empreendimento, o escritório Cardim Arquitetura Paisagística (@cardim_paisagismo) resgata a importância das nossas matas, aplicando a biofilia em seus jardins e entornos, com o propósito de conectar pessoas com a natureza e contribuindo para a qualidade de vida e bem-estar dos moradores.
“Procuramos trazer a natureza para mais perto da cidade por meio da técnica chamada Floresta de Bolso, na qual utilizamos plantas nativas da Mata Atlântica e do Cerrado para criar um espaço, fazendo uma composição com espaçamento que respeita à evolução original das florestas”, explica Ricardo Cardim, responsável pelo projeto paisagístico do Harmonie Saúde.
Além do uso de plantas nativas, como a palmeira jerivá, Cardim optou por trazer cores e tons que remetem ao Arquipélago de Alcatrazes, conjunto de ilhas a 35 km de São Sebastião, litoral norte de São Paulo. Revestimentos, elementos decorativos e mobiliário trazem o azul marinho, o cinza, o branco e os tons pastel, que lembram o cenário litorâneo. Ali também se destaca o uso do ladrilho hidráulico.
De acordo com Ricardo, o paisagismo tem um papel fundamental nas relações urbanas, justamente por criar vínculos entre seus moradores e a cidade. Portanto, o entorno do prédio será totalmente arborizado, permeando o ambiente, ajudando na umidade do ar e deixando um legado para o bairro da Saúde, na capital paulista. O bosque será posicionado no nível da rua, onde também ficará o pet place com árvores frutíferas, criando uma área de convivência cercada de verde.
“A praça central é extraordinária. Conseguimos colocar três jabuticabeiras grandes, que remetem aos anos 1950, quando São Paulo era mais arborizada. Outro ponto é que o projeto não é plano, há subidas e desníveis para estimular que as pessoas andem pelo paisagismo e se sintam, realmente, conectadas com a natureza”, complementa Cardim.
No rooftop de ambas as torres, o paisagista também inseriu elementos que apresentam a sustentabilidade. O espaço multiuso terá vasos com espécies da Mata Atlântica junto a uma arquibancada de madeira e pufes sobre piso emborrachado.
Matéria Publicada originalmente na revista Casa e Jardim
One thought on “Sustentabilidade e biofilia permeiam paisagismo de prédio em São Paulo”